Rafting em Cerquilho - SP
- Heraldo Fernandes

- 1 de mar. de 2016
- 5 min de leitura
Olá, pra você que tem alma de viajante!!
Várias cidades espalhadas pelo Brasil a fora, possuem recursos naturais como rios e matas, que podem ser convertidos (desde que de forma sustentável), em uma fonte de aventura e contato com a natureza. No interior do estado de São Paulo, longe das principais metrópoles, existem diversas possibilidades e opções de aventuras para todos os gostos, como balonismo, paraquedismo, rafting, rapel, entre outros.

Localizada a 143 KM da capital, a cidade de Cerquilho é banhada pelo rio Sorocaba, que serve de cenário para o desafio de descer as corredeiras em barcos infláveis, movidos a remo e disposição por parte dos participantes.
Antes da descida do rio, os praticantes de rafting devem preencher um termo de responsabilidade tão extenso, detalhado e com tantas possibilidades de incidentes, que chega até a assustar, além disso, é obrigatório a contratação de um seguro em que o valor gira em torno de R$6,00.
Após todo o processo burocrático, são entregues os equipamentos de segurança (colete salva-vidas e capacete), e é feita a orientação inicial de uso dos equipamentos de proteção individual.
O rio Sorocaba fica em meio a zona rural, a aproximadamente 20 minutos da região central da cidade. O trajeto é tranquilo, porém, a maior parte do tempo entre canaviais, não havendo nada de muito interessante pra se ver. Ao chegar próximo ao ponto de acesso ao rio, vem a parte da instrução. Em um dos botes ainda terra firme, um instrutor passa orientações de segurança, e sobre os comandos passados pelo guia durante o trajeto. Uma dinâmica divertida é feita para colocar a prova a resiliência e os reflexos de quem vai no barco.
Uma pose pra foto e vamos pra ação???... Nada disso!! Os participantes são gentilmente convidados a pegar em uma das alças do bote que só parece leve e carregar por aproximadamente 100 metros até o rio. Um tanto quanto polêmico, mas... da pra encarar com bom humor e se divertir com a situação.

Bote na água e todos a bordo.
Ao embarcar o instrutor orienta agora na água, o que foi passado em terra. Após algumas remadas de treino, chega a primeira corredeira rio abaixo. Por ser de nível iniciante e de grau de dificuldade moderado, não existem grandes perrengues nessa primeira etapa, e a maior parte do tempo é bem divertido e tranquilo.
Em um trecho tranquilo do rio, ocorre uma intereção com gritos de guerra e desafios entre os botes. Os instrutores permitem que todos pulem do bote para nadar no rio, por um período de aproximadamente 15 minutos. Tenho pavor de água, mas, a orientação de uma das instrutoras me acalmou, e pouco tempo depois eu já estava curtindo junto com os demais.

Durante todo o trajeto moradores ribeirinhos acompanham o passeio e saúdam os ocupantes dos barcos, enquanto pescam ou tomam banho no rio.
Novamente com os remos nas mãos e seguindo em frente, vem uma nova corredeira com queda d'água, segundo os instrutores, o sincronismo da equipe é vital nos pontos de corredeiras, pois o equilíbrio depende da continuidade da ação dos remadores. Honestamente acho que pouco das ações estão relacionadas aos ocupantes do bote, pelo que pude perceber o instrutor é quem detém as ações de manobras e controle do barco.

O percurso pode variar de acordo com as condições do rio, que pode estar mais cheio e agitado, ou menos cheio e tranquilo, entretanto, independente da situação o risco de queda da embarcação é baixo, porém, real. O instrutor mais uma vez reforça os comandos e procedimentos de segurança antes de enfrentar a nova corredeira.
Um pouco antes de chegar a corredeira que antecede a pequena cachoeira, avistei o caiaque de apoio (safety) virando. Logo pensei... se o cara do safety virou, então imagine nós!
Começamos a entrar em uma corredeira mais forte e instável, e no mesmo ponto que o safety virou, um integrante do nosso bote caiu. Foi um desespero pois, ele foi para a parte de baixo do bote e chegou a bater a cabeça no meu pé. O resgate foi relativamente rápido, mas a cara do instrutor nos assustou um pouco. Após o susto, todos a bordo novamente para encarar a cachoeira.
Confesso que imaginei ser algo um pouco mais desafiador, mas foi bastante divertido. Passamos pela lateral da queda em um ponto um pouco menos impactante, como fomos o primeiro barco, ficamos aguardando os demais barcos descerem a queda, e acompanhando a reação de todos.

A próxima parada é em uma pedra alta no meio do rio, em que o desafio é saltar da rocha alta e cair na correnteza. O colete faz a parte dele quando você cai na água e até a correnteza ajuda levando quem salta da pedra rumo a margem, mas os instrutores do grupo ficam atentos na margem para resgatar aqueles que eventualmente passam do trecho próximo a margem. É uma das das paradas mais bacanas durante a descida do rio.


Mais alguns metros de rio abaixo e chega a margem por onde é feito o desembarque. Todos os participantes precisam subir um morro para partir ao trecho final do percurso rumo ao ônibus que leva de volta ao centro da cidade.
Neste ponto, mais uma vez você será gentilmente convidado a ajudar no transporte dos botes. Na verdade as mulheres levam todos os remos, e os homens carregam o bote ainda inflado e pesado por um morro muito ingrime até a base onde fica o ônibus.

Algumas Dicas
- Leve roupas leves, lembre-se você vai se molhar e as roupas ficarão pesadas, e mesmo assim você ainda vai continuar remando.
- O uso de um tênis é obrigatório, portanto leve um mais velhinho pois, seu tênis vai ficar ensopado, além disso você vai pular na água com ele.
- Leve alguma coisa para comer e beber durante o trajeto de volta, o passeio dura em média umas 3 horas e com certeza você sentirá fome e sede na volta.
- As agências vendem garrafas de água por um preço mais alto, portanto se antecipe e compre antes em um supermercado.
O agente vai te informar que é proibido levar cameras ou máquinas fotográficas. Eu levei minha Go Pro ajustada sobre o suporte acima do capacete, o que me fez permanecer o tempo todo com as mãos livres para segurar os remos. Segundo os guias, alguns acidentes ocorrem pois as pessoas deixam de cuidar da segurança para tirar fotos. Eu tive que insistir muito para provar que era seguro usar o acessório.
Na verdade, ficou claro que o que eles não queriam era alguém fazendo imagens que eles venderiam posteriormente. Não acho errado querer vender imagens do passeio, mas não é justo proibir o uso de um item que é comprovadamente seguro e utilizado por atletas e aventureiros das mais diversas modalidades.
Espero que as dicas tenham ajudado!
Boa viagem!!
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